O Risco China derruba as Bolsas pelo Mundo
“A China, , foi a primeira a entrar na pandemia e a primeira a sair”, afirmou Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos investimentos. “Foi o primeiro país a colocar fortes incentivos para segurar a economia durante a pandemia e a primeira a retirar. Podemos dizer que o momento econômico da China é o futuro das outras economias, principalmente nos países europeus.”
Entretanto, a euforia inicial já mostra sinais de enfraquecimento. O preço do minério de ferro negociado em Singapura desabou 24% somente neste mês, na esteira das restrições do governo de Xi Jinping à produção de aço no país. Com isso, os papéis da Vale (VALE3+1,26%) registraram queda de 13% em setembro, chegando ao patamar de R$ 85. Em maio, os papéis da mineradora atingiram o pico, aos R$ 120, e figuravam entre as principais recomendações de compra de instituições financeiras.
O que seria isso? Sinais de calote? Uma nova ruptura de bolha?
O banco suíço UBS era uma delas. Porém, na última sexta-feira (17), a instituição rebaixou os ADRs (papéis negociados em Nova York) da companhia de compra para venda, tendo a diminuição da demanda chinesa pelo insumo como plano de fundo. Na última semana, mais uma notícia vinda do mercado chinês impactou as bolsas de valores: a Evergrande, segunda maior incorporadora imobiliária do país, estaria perto de dar um calote de US$ 300 bilhões em dívidas e a possível falência passou a ser mais uma grande preocupação dos investidores.
Na ultima segunda-feira (20), o Ibovespa fechou em queda de 2,3%, aos 108.843,74 pontos, em função do temor global com as consequências de uma ‘quebra’ da companhia chinesa. Em Hong Kong, as ações da Evergrande cederam 10,24%, o menor nível em 11 anos.
Agora, o mercado segue de olho para as dívidas da companhia que vencem nesta semana e nos movimentos do Partido Comunista chinês para solucionar o caso. Desta forma a crise ganhou repercussão após a possibilidade concreta de calote da Evergrande, segunda maior incorporadora imobiliária da China, afirmar que há uma possibilidade de a companhia não conseguir honrar suas dívidas. Com o montante colossal a ser pago, analistas já alertam para a possibilidade de um colapso no sistema financeiro chines, o que eventualmente também geraria problemas em cadeia nos mercados e nas economias internacionais, considerando que a companhia chinesa possui empréstimos e títulos com outras instituições.
Na terça-feira (21), as Bolsas reagiram ao “risco China”, com os investidores confiantes em uma reestruturação dos débitos da incorporadora e no ‘socorro’ do governo chinês à empresa, enquanto os papéis da Evergrande caíram 0,44% no pregão. O Ibovespa fechou em alta de 1,29%, aos 110.249,73 pontos.
Vamos aguardar os próximos passos!!!
Fonte: Estadão